quarta-feira, 6 de março de 2013

Instrumentos no Culto - João Calvino

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1509 - 1564
"...Regozijai-vos no SENHOR, vós justos, pois aos retos convém o louvor. Louvai ao SENHOR com harpa, cantai a ele com o saltério e um instrumento de dez cordas. Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo. Porque a palavra do SENHOR é reta, e todas as suas obras são fiéis."... (Salmos 33:1-4)

Louvai ao SENHOR com harpa

"...É evidente que o salmista neste ponto expressa o veemente e ardente afeto que os fiéis devem nutrir ao louvarem a Deus, quando ordena que instrumentos musicais sejam empregados com este propósito. Não deve omitir nada aos crentes que se inclinam a animar a mente e a emoção dos homens, cantando os louvores de Deus. O nome de Deus, sem dúvida, só pode, propriamente falando, ser celebrado mediante a articulação da voz; mas não sem motivo que Davi acrescenta a isto aqueles auxílios pelos quais os crentes costumavam estimular-se ao máximo para este exercício; especialmente considerando que ele estava falando ao antigo povo de Deus. Entretanto, há uma distinção a ser observada aqui, a saber, que não podemos indiscriminadamente considerar aplicável a nós cada coisa que antigamente foi ordenada aos judeus. Não tenho dúvida de que tocar címbalos, a harpa e o violino, bem como todo gênero de música que é tão freqüentemente mencionada nos Salmos, era uma parte da educação; ou seja, a pueril instrução da lei: falo do serviço fixo do templo. Porque mesmo agora, se os crentes decidissem recrear-se com instrumentos musicais, creio que não devem nutrir o objetivo de dissociar sua jovialidade dos louvores de Deus. Mas quando frequentam suas assembleias sacras, os instrumentos musicais para a celebração dos louvores divinos não devem ser mais oportunos do que a queima de incenso, o acender das lâmpadas e a restauração de outras sombras da lei. (...). Paulo só nos permite bendizer a Deus na assembléia pública dos santos numa língua conhecida (1 Co 14:16). A voz humana, ainda que não entendida pela generalidade, indubitavelmente excede a todos os instrumentos inanimados de música; e ainda vemos o que Paulo determina concernente a falar numa língua desconhecida. O que, pois, diremos da cantinela que não enche os ouvidos com outra coisa senão sons vazios? Quem objetará que a música é utilíssima para despertar as mentes dos homens e comover seus corações? Eu mesmo; mas devemos sempre tomar cuidado para que não se introduza nenhuma corrupção, a qual tanto pode macular o puro culto de Deus como também envolver os homens na superstição. Além do mais, visto que o Espírito Santo expressamente nos adverte, pelos lábios de Paulo, quanto a este perigo, ir além do que ele nos autoriza é, eu diria, não só um zelo inadvertido, mas ímpia e perversa obstinação....

João CalvinoCommentary on Psalms 33 - A commentary on the Psalms of David-Vol.1, p.363-364

Em português - Comentários aos Salmos. Volume II. Editora Fiel, p. 50 e 51

Fonte: Luciano de Oliveira

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Apresentação do 'Prática da Piedade'

O testemunho da Escritura é de que a Piedade é proveitosa para todas as coisas, residindo nela a promessa da vida que é, e da vida que há de vir [cf. 1 Timóteo 4:7,8].

E o que é Piedade?
É a qualidade de uma determinada prática de vida relacionada a Santidade pessoal, contrária às paixões carnais e mundanismo [Tito 2:11-13; 2 Pedro 3:10-12]. A palavra no original Grego do Novo Testamento, traz consigo o significado de uma ordeira e boa resposta do coração em reverência ao Senhor Deus. Uma outra forma de definir Piedade é descrevê-la como uma atitude pessoal para com o Senhor Deus, na forma de uma vida cujo objetivo é honrá-lO e agradá-lO.

A Piedade é proveitosa para a vida agora, conduzindo-nos em Cristo para toda a paz para com Deus, que nEle se pode receber; regozijo no Senhor, em nosso espírito, com todo prazer e alegria em Deus, nosso bom Pai e Salvador; contentamento para com os atos da Providência do Senhor. A Piedade não nos conduzirá a prosperidade, boa reputação, amigos, saúde ou tranquilidade - nada disto é prometido para o Piedoso; mas, quão maior é a felicidade de sabermos que o Piedoso será ouvido pelo Senhor em suas orações, e terá alegria nEle desde agora e para sempre! Na Piedade há promessa e esperança, de Cristo, em quem se esconde a vida do Crente, de estar unido com Cristo agora e por toda eternidade.

Nas palavras de Thomas Watson, "Como a jóia está para o anel, assim a Piedade está para a alma, ornando-a aos olhos de Deus. A Razão nos faz humanos; a Piedade nos faz anjos sobre a Terra; pela Piedade nós 'tomamos parte da natureza Divina' [2 Pedro 1:4]. A Piedade é mui próxima da glória: é 'glória e virtude' [2 Pedro 1:3]. A Piedade é a Glória em forma de semente; e a Glória é a Piedade em flor."

Assim, cremos, está mais do que justificado nosso desejo e obra em dedicar este Blog a tudo o que for útil e exemplar para nos exortar e dirigir na Prática da Piedade. Oh, Senhor, ajuda-nos, sustenta-nos, guia-nos e frutifica este trabalho!

Teologia e Pregação Reformada Experimental

O que é Teologia e Pregação Reformada Experimental? Muitas vezes chamado de Calvinismo Experimental ou Calvinismo Experiencial, se refere a uma tal forma de religião, construída sobre a Escritura Somente, fundamentada em Cristo Jesus, na qual, buscando-se incessantemente a Glória de Deus em todas as coisas, se testa ou prova, se exercita no conhecimento prático de toda Doutrina Bíblica. Entendemos que há uma vital relação entre a Teologia Prática e a Piedade; como a Escritura diz, é desejável e há regozijo e benção no exercício do Conhecimento da Verdade que é segundo a Piedade [Tito 1:1].

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